Vítima de tentativa de feminicídio em Bayeux recebe alta após mais de 50 dias internada: 'Verdadeiro milagre'
13/01/2025
(Foto: Reprodução) Conselheira tutelar passou 38 dias na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) em estado grave. Ela foi baleada oito vezes. Família de conselheira tutelar comemorou a alta hospitalar
Reprodução/TV Cabo Branco
Uma mulher de 55 anos que foi vítima de tentativa de feminicídio em Bayeux, no dia 22 de novembro do ano passado, recebeu alta nesta segunda-feira (13). A conselheira tutelar Rejane Maria Dias Alves passou 52 dias internada no Hospital de Emergência e Trauma de João Pessoa, após ser baleada oito vezes na região da cabeça, próximo ao coração, nas mãos e no abdômen.
"É um verdadeiro milagre. Passamos 52 dias aqui dentro, sendo 38 na UTI. Confesso que é muito Deus na vida da gente. A população paraibana rezou muito pela minha mãe. Isso é pura fé, puro Deus", declarou a filha da conselheira tutelar, Lillybeth Dias Alves.
De acordo com o diretor do Hospital de Trauma, Laécio Bragante, Rejane deve continuar em acompanhamento médico na unidade hospitalar, mas já foi liberada para voltar para casa.
Segundo informações da TV Cabo Branco, o disparo no lado esquerdo da cabeça comprometeu alguns movimentos, e, por isso, sua recuperação será lenta.
A filha da conselheira tutelar, Lillybeth Dias Alves, explicou que a mãe está com um lado do corpo paralisado, mas acredita que, com fisioterapia, será possível recuperar os movimentos. Rejane ainda não fala muitas palavras, mas já consegue se comunicar. Ela também continua se alimentando por sonda.
"Ela vai sair com vários dispositivos, mas isso é só questão de tempo. Não faz mais sentido mantê-la no hospital sem necessidade. Em casa, conseguimos reverter esse processo", concluiu a filha.
“A gente nunca acreditou que isso poderia acontecer”, afirmou filha
Filha fala da relação abusiva da mãe que foi baleada pelo padrasto
TV Cabo Branco/Reprodução
A filha mais velha da conselheira tutelar de Bayeux que foi baleada pelo marido falou sobre a tentativa de feminicídio.
Ela disse que a mãe de 55 anos morava há 30 com o suspeito, um policial militar identificado por sargento Paiva, e que ele sempre foi "muito possessivo".
"Foi ele quem praticamente criou a gente. Era bastante possessivo por ela. Mas a minha mãe, por ser uma mulher muito sábia, ela sempre soube lidar com a situação. E a gente nunca acreditou que isso poderia acontecer com ela", relembrou.
Ainda assim, a jovem admite que a mãe já tinha dito a ela que vinha sofrendo muito com toda aquela situação.
"Ela nunca chegou a se separar, mas já estava cansada desse relacionamento abusivo com ele. Ela estava esgotada já, muito esgotada", falou, emocionada.
Tentativa de feminicídio em Bayeux
Tentativa de feminicídio em Bayeux
Um policial militar, identificado como Sargento Paiva e que atuava no Centro de Educação da Polícia Militar, atirou na esposa, na noite desta sexta-feira (22), em Bayeux.
O delegado Paulo Josafá afirmou que testemunhas ouviram uma discussão entre o casal e, em seguida, vários tiros foram disparados. Ele também disse que uma perícia constatou que o sargento tirou a própria vida.
O filho da vítima encontrou a mãe ferida e a levou para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Bayeux. Devido à gravidade dos ferimentos, ela foi encaminhada pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) para o Hospital de Emergência e Trauma de João Pessoa em estado grave.
A mulher foi baleada oito vezes e um dos tiros atingiu e a cápsula explodiu dentro de seu cérebro, segundo o médico Laécio Bragante. A vítima ficou internada na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) da unidade hospitalar.
Vítima de tentativa de feminicídio em Bayeux segue internada e apresenta melhoras
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